A CREATINA COMO SUPLEMENTO ERGOGÊNICO
PARTE 1


A creatina já era conhecida desde o século passado, porém, sua função no metabolismo muscular e no desempenho físico tornou-se motivo de interesse nos anos recentes.

O consumo de creatina, substância ergogênica não considerada como doping pelo Comitê Olímpico Internacional, tem se mostrado efetivo na melhoria do desempenho esportivo, porém, em condições específicas de exercício, principalmente em modalidades de curta duração, alta intensidade e períodos curtos de recuperação. Este efeito seria devido ao aumento dos níveis musculares de creatina, o qual poderia potencializar a rápida regeneração do ATP. A suplementação seria mais efetiva naqueles indivíduos com níveis iniciais baixos deste composto nos músculos, como vegetarianos e idosos. Os efeitos ergogênicos desta substância podem ser aumentados quando consumida com glicose, mas a quantidade do carboidrato deve ser grande. É importante ressaltar que não são poucos os trabalhos bem controlados semdemonstração de benefício significativo com o consumo de creatina. Não há, ainda, evidência conclusiva sobre efeitos colaterais de seu uso. Faltam também mais estudos para determinar se o aumento de peso decorrente do seu consumo é devido à retenção de água ou a um aumento verdadeiro da síntese de proteínas.

Na célula muscular, a creatina em sua forma fosforilada, creatina-fosfato (CP), constitui uma reserva de energia para a rápida regeneração do trifosfato de adenosina (ATP), em exercícios de alta intensidade e curta duração, como por exemplo, durante um sprint de 100m rasos ou em uma seqüência de levantamento de peso em um treino de halterofilismo.

Fornecimento anaeróbio de energia: sistema ATP - CP Durante os primeiros segundos de um exercício intenso, a concentração muscular de ATP é mantida em nível mais ou menos constante. O ATP utilizado é rapidamente reposto a partir da quebra da CP. Assim, os níveis de CP diminuem rapidamente à medida em que este composto é usado para regenerar o ATP.

Quando o exercício físico é levado até a exaustão, tanto as concentrações musculares de ATP quanto as de CP ficam diminuídas, tornando-as indisponíveis para o fornecimento energético de forma eficiente para a continuação do trabalho muscular.

O ATP e a CP, juntos, podem proporcionar energia para os músculos por um tempo de
aproximadamente 3 a 12 segundos.

Durante o processo de contração muscular, o ATP utilizado para a geração de energia é quebrado pela enzima ATPase em uma reação muito rápida. O ADP resultante é prontamente regenerado, a partir da CP, pela ação de outra enzima, a creatina-quinase (CK). Esta reação, livremente reversível, está invertida durante o repouso, no sentido de favorecer a regeneração da CP, usando a energia disponível através do processo oxidativo, que ocorre dentro da mitocôndria, sugerindo-se que a taxa inicial de recuperação da CP seria proporcional à taxa mitocondrial de consumo de oxigênio.

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A CREATINA COMO SUPLEMENTO ERGOGÊNICO parte 2

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